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1. “A revolução não se fez para assumir a tutela da
Nação senão para entregar à Nação o governo de si mesma. Se a Nação entender,
pelo voto de seus genuínos representantes, organizar-se antes de um modo do que
de outro, devemos nos inclinar diante de sua soberania. Podemos e devemos
instruir o povo, convertendo-o às ideias que nos parecem mais acertadas; mas
não é lícito impor-lhe o nosso pensamento e vontade. Seria o despotismo. O
Partido Democrático não pode desviar-se desta linha. No frontispício de seu
programa, como a doirar a cúpula dos compromissos assumidos, figura a bela
tricotomia americana do governo do povo, pelo povo e para o povo”.
Declaração do
Partido Democrático de São Paulo, 13 de janeiro de 1932, in Déa Ribeiro Fenelon
(org.). 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p.
152-153.
O documento acima pode ser compreendido como
uma demonstração
a) da insatisfação paulista
com a política varguista de proteção à produção e exportação de café, que
incluía um rigoroso controle de preços e tarifas aduaneiras.
b) do projeto de implantação
do socialismo no Brasil, defendido pelo Partido Democrático e por outros
setores da esquerda nos primeiros anos do governo Vargas.
c) da divisão entre antigos
aliados no movimento de 1930, que, dois anos depois, entravam em conflito por
causa de seus interesses políticos e econômicos distintos.
d) do amplo apoio popular que
o Partido Democrático recebeu desde sua fundação, em 1926, e que o fez opor-se
tanto aos governos da Primeira República, quanto ao governo de Vargas.
e) da defesa, pelo Partido
Democrático, da proposta de separação de São Paulo do restante do Brasil,
apoiada majoritariamente pelos participantes da revolução constitucionalista de
1932.
Resposta:
[C]
O texto é uma
crítica à postura de Getúlio Vargas, dois anos após a Revolução de 30. O
Partido Democrático, representante dos interesses da burguesia urbana
paulistana, que havia participado da Aliança Liberal apoiando a candidatura de
Vargas em 30, apoiou, no final do mesmo ano, o movimento que o levou ao poder;
no entanto, a postura autoritária e centralizadora do presidente, fez com que o
Partido Democrático buscasse aliança com seus velhos adversários da oligarquia
cafeeira na luta contra Vargas, que redundou na Revolução Constitucionalista.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Para responder à(s)
questões a seguir, considere o texto abaixo.
De
um modo geral, todos esses movimentos da vanguarda europeia de fins do século
XIX e início do século XX estavam sob o signo da desorganização do universo
artístico de sua época. A diferença é que uns, como o futurismo e o dadaísmo, queriam
a destruição do passado e a negação total dos valores estéticos presentes; e
outros, como o expressionismo e o cubismo, viam na destruição a possibilidade
de construção de uma nova ordem superior. No fundo eram, portanto, tendências também
organizadoras de uma nova estrutura política e social.
(TELES, Gilberto Mendonça, Vanguarda europeia e modernismo
brasileiro.
Rio de Janeiro: Vozes, 1972, p. 10)
2. Alguns artistas
reconhecidos e certos movimentos de vanguarda, do início do século XX,
aproximaram-se publicamente de partidos e ideologias políticas. Essa
proximidade pode ser verificada entre alguns
a) dadaístas e anarquistas, a
exemplo da atuação política de Tristán Tzara, que propôs a criação de um
partido e uma internacional anarquista durante o entreguerras.
b) futuristas e fascistas, a
exemplo de Filippo Marinetti, que lutou ao lado do exército italiano na II
Guerra e militou no Partido Nacional Fascista.
c) integralistas e nazistas, a
exemplo do apoio dos modernistas brasileiros Plínio Salgado e Cassiano Ricardo
ao Eixo, durante o Estado Novo.
d) surrealistas e comunistas
ortodoxos, a exemplo do “Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente”,
redigido por André Breton e León Trotski, na URSS.
e) expressionistas e
republicanos, caso de Francisco de Goya, que lutou contra os franquistas e
pintou os horrores da Guerra Civil Espanhola.
Resposta:
[B]
Filippo Marinetti, além de
artista futurista, foi um ativista político italiano. Sendo assim, integrou o
Partido Fascista e compôs as fileiras do Exército italiano na Segunda Guerra.
TEXTO PARA A
PRÓXIMA QUESTÃO:
Para
responder à(s) questão(ões) a seguir, considere o texto abaixo:
Se
a Grande Guerra representa ruptura na história das relações culturais entre a
Europa e a América Latina, bem mais do que rompê-las brutalmente ela as
reconfigura e leva a afirmações identitárias complexas (...). As referências
europeias subsistem (...) mas são agora apenas parte de um todo identitário que
bebe em fontes variadas para definir os caracteres da nacionalidade. Deste
ponto de vista, a metáfora proposta por Oswald de Andrade em seu Manifesto antropofágico, de 1928,
é a mais eficaz (...). “Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do
antropófago.”
(COMPAGNON,
Olivier. O adeus à Europa. A
América Latina
e a Grande Guerra (Argentina e Brasil,
1914-1939). Trad.
Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014, p. 303-304)
3. A partir dos anos 1920, há
um crescimento do sentimento anti-imperialista na América Latina,
agravado por algumas políticas recentemente empreendidas pelos Estados Unidos no
continente, como
a) a Política da Boa
Vizinhança, que instituía a chamada solidariedade hemisférica pela qual os
setores industriais eram agraciados com investimentos e empréstimos
norte-americanos, no entanto, a juros altíssimos.
b) a diplomacia do dólar,
concebida como uma série de encontros diplomáticos em favor da criação de um
suposto mercado comum, cujo intuito real era neutralizar possíveis concorrentes
internos ao comércio dos Estados Unidos com a Europa.
c) o pan-americanismo,
conjunto de ações para valorizar as moedas nacionais de alguns países mais
fortes, a fim de que esses provocassem a falência econômica de seus vizinhos,
que teriam que recorrer à ajuda financeira e consequente dependência econômica
dos EUA.
d) a Doutrina Wilson, discurso
usado pelos EUA em nome da defesa da democracia, para contestar governos ou
processos eleitorais em alguns países do continente, visando favorecer
candidatos ou governantes mais afinados aos interesses estadunidenses.
e) a Doutrina Monroe,
estratégia militar que consistia em intervenções armadas da Marinha
estadunidense para assegurar a ordem e a paz, em países de fronteira com os EUA
considerados parte de sua zona de segurança e expansão.
Resposta:
[D]
Após a Primeira Guerra, o
governo norte-americano, ao lado de algumas potências europeias, lançou um
programa de Catorze Pontos que visavam defender a liberdade dos países contra
as ações imperialistas que levaram à eclosão do conflito mundial. A Doutrina
Wilson fazia parte desse programa.
4. Os ventos e as correntes marítimas constituíam um
entrave considerável ao tráfico de escravos índios pela costa do Atlântico Sul.
Ao contrário, nas travessias entre Brasil e Angola, zarpava-se com facilidade
de Pernambuco, da Bahia e do Rio de Janeiro, até Luanda ou a Costa da Mina.
(Adaptado de
Luiz Felipe de Alencastro, O trato dos viventes: formação do Brasil no
Atlântico Sul (séculos XVI e XVII). São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p.
61-63.)
Podemos relacionar as condições geográficas
brasileiras ao sistema de exploração colonial na medida em que
a) a dificuldade de fazer o
tráfico de escravos índios do norte para o sul da colônia pela navegação
litorânea levou os habitantes do sul a penetrarem o interior por terra, a fim
de buscar uma outra via para a captura de nativos.
b) a facilidade da travessia
entre Brasil e Angola levou ao desenvolvimento do tráfico de escravos
africanos, forma encontrada pelas capitanias do sul da colônia para compensar a
falta de escravos índios para suas lavouras de café.
c) o tráfico de escravos
índios do norte para o sul era feito parcialmente por terra, expandindo o
território além da linha de Tordesilhas, o que levou ao povoamento e
desenvolvimento do interior da colônia em detrimento do litoral.
d) a dificuldade da navegação
litorânea para o tráfico de escravos índios e o alto custo da navegação
atlântica para o tráfico de escravos africanos fizeram com que a lavoura
paulista se desenvolvesse com a mão de obra livre.
Resposta:
[A]
A questão
aborda a influência das condições geográficas na costa litorânea brasileira,
enfatizando a atuação dos ventos e das correntes marítimas para navegação, como
sendo um obstáculo para o trafico de escravos nativos da terra, mas um elemento
facilitador do tráfico africano de escravos. Diante da dificuldade imposta por
tais condições geográficas, sobretudo o bandeirismo de apresamento (captura de
nativos do interior), constituiu-se no principal instrumento para obtenção de
escravos no sul.
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