Questões Dissertativas sobre Ditadura Militar - América Latina questões discursivas

 


1. (Uel 2019)  Leia o texto a seguir.

 

Primeiro mataremos todos os subversivos; depois mataremos seus colaboradores; depois seus simpatizantes, depois os que permanecem indiferentes; e finalmente mataremos os tímidos. Declaração feita em 1976 pelo governador militar de Buenos Aires, General Ibérico Saint-Jean. In:

JABINE, Thomas; CLAUDE, Richard (Orgs.). Direitos humanos e estatística: o arquivo posto a nu. São Paulo: EDUSP, 2007, p. 400.

 

A última ditadura militar Argentina (1976-1983) foi o regime político mais violento e autoritário do Cone Sul. Durante os sete anos em que comandou o país, estima-se que a Junta Militar e seus órgãos de repressão tenham assassinado cerca de trinta mil opositores, entre militantes de esquerda e cidadãos críticos ao governo. Segundo o discurso das Forças Armadas e dos setores civis que as apoiavam, era preciso travar uma guerra contra a subversão, podendo até mesmo o ensino de matemática moderna ou gêneros musicais como Rock’n roll serem considerados ameaçadores à juventude. Os militares argentinos, assim como em várias outras ditaduras da região, procuravam justificar seus atos pela chamada Doutrina de Segurança Nacional (DSN). Com base nos conhecimentos acerca da História da América Latina Contemporânea, responda aos itens a seguir.

 

a) Indique quais países do Cone Sul viveram sob ditaduras militares nos anos de 1960-1980.

b) Explique no que consistia a Doutrina de Segurança Nacional e contextualize o ciclo de ditaduras latino-americanas desse período.

 

Gabarito:  

 

Resposta da questão 1:


 a) Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, entre outros, passaram por ditaduras no período. A segunda ditadura militar na Argentina ocorreu entre 1976-1983. No Brasil, o regime militar durou 21 anos, entre 1964-1985. No Chile, o regime de Augusto Pinochet começou em 1973 e terminou em 1989. A ditadura de Alfredo Stroessner no Paraguai ocorreu entre 1954 até 1989.

 

b) O ciclo ditatorial está associado à Guerra Fria na região. Assim, após a Revolução Cubana (1959), direta ou indiretamente, os Estados Unidos promoveram e apoiaram golpes de Estado como forma de barrar o avanço do comunismo nas Américas. Do ponto de vista de Washington, lutar contra a disseminação das ideias de esquerda e quaisquer focos de contestação era a única maneira de garantir os interesses econômicos de seus aliados internos e externos no continente. Nesse ínterim, o anticomunismo passou a ser um elemento central no discurso das Forças Armadas na América Latina, ao passo que a Doutrina de Segurança Nacional fornecia as diretrizes para sua atuação. Segundo a DSN, o principal inimigo não viria de fora, de além-fronteiras, mas estava dentro dos próprios países integrado ao corpo nacional. A partir de então, procurou-se mostrar os comunistas como estranhos à nação e aos valores nacionais, representantes de interesses externos (Cuba, China, URSS) que tentavam destruir a partir de dentro e que, portanto, deveriam ser exterminados.  

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