Evangelicalismo - O Papel profético da Igreja

 


Bem-vindos, amados e amadas em Cristo.

Hoje, gostaria de falar com vocês sobre um tema muito importante: o evangelicalismo. Como muitos de vocês sabem, o evangelicalismo é um movimento cristão que tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas. No entanto, com esse crescimento também surgiram muitas perguntas e críticas. Então, hoje, gostaria de falar sobre o que é o evangelicalismo e porque ele é tão importante. O evangelho de Cristo é a base do evangelicalismo. É a mensagem de que Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para morrer por nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia, oferecendo-nos a salvação pela graça, por meio da fé. Esta mensagem é central para a nossa fé e deve ser compartilhada com todos aqueles que ainda não a conhecem. O evangelicalismo é um movimento que se preocupa com a propagação do evangelho e a transformação da sociedade através do poder de Deus. Nós acreditamos que a Bíblia é a Palavra de Deus e que ela contém todas as respostas para as nossas perguntas e problemas. E é através da leitura, estudo e aplicação da Palavra que somos capacitados a viver vidas transformadas. Mas, como em qualquer movimento, há desafios e críticas. Há aqueles que acusam o evangelicalismo de ser legalista, insensível às questões sociais e excessivamente politizado. No entanto, o verdadeiro evangelicalismo deve ser um movimento que ama a Deus e ao próximo, que se preocupa com as questões sociais e busca a justiça, e que, sim, pode ter uma voz política, mas que nunca perde de vista sua missão primordial de compartilhar o evangelho de Cristo.

Assim, irmãos e irmãs, como evangelistas, devemos sempre nos lembrar de que nosso objetivo é levar a mensagem de salvação a todas as pessoas. Devemos nos esforçar para amar e servir os outros, buscando a justiça e a paz em todas as áreas da vida. E devemos estar sempre dispostos a ouvir as críticas e nos arrependermos de nossas falhas, para que possamos continuar a crescer e a nos tornar cada vez mais como Cristo.

Certamente, irmãos e irmãs, a aproximação do evangelicalismo com a política é um assunto que tem gerado muitas discussões e debates. Embora a Bíblia nos ensine que devemos estar envolvidos na sociedade e nas questões políticas, é preciso lembrar que o nosso foco principal deve ser o Reino de Deus e a propagação do Evangelho.

 

A Bíblia nos ensina que o coração humano é enganoso e perverso (Jeremias 17:9) e que somente Deus é capaz de transformar as nossas mentes e corações (Romanos 12:2). Isso significa que as leis, a política e o Estado não são capazes de transformar a mente de um homem pecador. Nós precisamos estar envolvidos em questões políticas, mas sempre mantendo o nosso foco na mensagem de salvação e na transformação que somente Deus pode operar.

 

Além disso, a política é um ambiente que está sujeito à corrupção e ao poder. A Bíblia nos alerta sobre a corrupção e a ganância, e nos exorta a sermos íntegros e justos (Provérbios 28:6). O próprio Jesus alertou os seus discípulos sobre o perigo do poder e do desejo de grandeza (Marcos 10:42-45). Portanto, a aproximação do evangelicalismo com a política pode trazer consigo os vícios da política, como a corrupção, a ambição e a busca pelo poder.

Aristóteles, Maquiavel e Bismarck são exemplos de pensadores que discutiram a natureza da política e suas implicações na sociedade. Embora cada um desses teóricos tenha abordado a política de maneiras diferentes, eles alertaram sobre os perigos do poder e da corrupção.

A história nos mostra que muitas vezes a política é contaminada pelos vícios humanos, e a afirmação de Maquiavel de que não há moral na política é um exemplo dessa contaminação. Maquiavel afirmou que a moral existe apenas no campo da religião, o que evidencia a ausência de valores éticos e morais na política. Devemos ser íntegros e justos em tudo o que fazemos, evitando a corrupção e a busca pelo poder. Embora a política possa ter uma natureza incompatível com a verdade e com os valores do Evangelho, é importante lembrar que a política, em si, não é inerentemente má. A política pode ser uma forma legítima de organizar a sociedade e promover o bem comum, mesmo que para isso faça uso de mentiras, dissimulações e corrupção, a famosa máxima: Os fins justificam os meios.

para promovermos a transformação positiva da sociedade não precisamos da política, mas do evangelho e de sermos testemunhas de cristo para o mundo. Quando a igreja entra na política, que é naturalmente suja, surgem escândalos que afastam as pessoas de Cristo, ao invés de atraí-las a Ele. Isso são fatos que vimos há dois milênios e hoje principalmente. Se o evangelho de cristo for propagado sem hipocrisia, as vidas serão transformadas e a sociedade será positivamente modificada sem que a Igreja se misture com a política partidária.

A única forma de a Igreja se manter ética é que, sua relação com a política seja unicamente profética, jamais partidária, caso contrário a natureza do sistema político a corromperá. A Igreja deve se manter fiel ao seu papel profético, que é denunciar as injustiças e apontar para a verdade e a justiça do Reino de Deus. Quando a igreja se torna partidária, ela acaba se misturando com os interesses políticos, perdendo sua independência e, consequentemente, sua autoridade moral. É importante lembrar que a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra as forças espirituais do mal (Efésios 6:12), e que a transformação da sociedade só pode ser alcançada através da pregação do evangelho e da ação transformadora da igreja, movida pelo amor e pela justiça de Cristo.


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