Olá, meus amigos e minhas amigas, quando falamos em inverno russo, normalmente lembramos de guerra, e as mais conhecidas nesse clima, embora haja várias outras, foi a campanha de Napoleão, que entrou na Rússia com cerca de 600 mil homens e saiu com algo em torno de 30 mil e a operação Barbarossa, iniciada pelas tropas alemães, em que os sobreviventes da operação saíram do território como prisioneiros dos russos, que marchavam em direção à Berlim, tomada pelas tropas de Moscou no início de abril de 1945, com a participação dos poloneses, uma vez que o comandante supremo do exército polonês, General Michał Rola-Żymierski, pediu a Gueorgui Júkov "em nome do partido e do governo polonês" que aceitasse a participação de uma unidade do exército polonês no assalto a Berlim. E o que que a Polônia tem a ver com o vídeo de hoje? Pelo que sabemos eles hoje não morrem de amores por Moscou.
É que, enquanto o general inverno russo dá suas caras pela Ucrânia, os russos acumulam mísseis e munições para atacar a infraestrutura do país, soldados ucranianos em um campo coberto de neve no oeste da Polônia, estão sendo treinados em guerra de trincheiras, isso, poucos dias antes de serem enviados para a frente de batalha. Várias organizações de organizações de mídia foram convidadas esta semana para assistir ao treinamento, que foi realizado por soldados da Polônia, França e Bélgica, em Wedrzyn, a cerca de 40 quilômetros da fronteira com a Alemanha.
Um soldado ucraniano disse que "A maioria das pessoas realmente não tem experiência militar e elas estão sendo ensinadas a executar algumas táticas básicas". Veja o que ele disse: "Somos ensinados como usar armas em áreas urbanas e em trincheiras."
A realização do treinamento foi feita como parte dos esforços da União Europeia para ajudar o exército da Ucrânia, e ficou à cargo do Comando de Treinamento de Armas Combinadas, que foi estabelecido como parte dos Exercícios militares e têm sido realizados em 24 dos 27 estados-membros do bloco.
O diretor-geral do Estado-Maior Militar da União Europeia, Michiel van der Laan, disse que eles continuarão se adaptando, uma vez que a situação no campo de batalha está mudando a cada dia". Segundo o comandante-em-chefe das forças armadas da Ucrânia, general Valery Zaluzhnyi, a guerra está se movendo para uma nova fase de combates estáticos e de desgaste, o que poderia permitir que Moscou reconstruísse seu poderio militar e que as operações seriam mais complicadas pelo clima nesse momento em que o general inverno vem se aproximando.
Veja o que ele um soldado ucraniano disse sobre a dificuldade do inverno:
"Eu diria que o inverno é a estação mais exigente quando se trata da guerra. Ele limita severamente nosso movimento e manobrabilidade, enquanto o inimigo claramente nos vê através de câmeras térmicas e drones",
Um segundo soldado ucraniano disse que o treinamento que as tropas estão recebendo na Polônia os ajudará a progredir na contraofensiva.
"Lutar nas trincheiras é um dos elementos mais importantes nesta guerra... Eu acho que melhorar as habilidades nessa área ajudará nossos soldados a ter sucesso no campo de batalha".
Treinamento, parece que os ucranianos estão recebendo, se o volume desse treinamento é suficiente para capacitar boa parte das tropas espalhadas pela linha de frente ou não, é outra história, mas demonstra algum tipo de ajuda efetiva dos europeus ao ucranianos. Mas e como anda ajuda material, financeira?
Para fugirmos do senso comum, vamos ser mais objetivos e frios na nossa resposta a essa pergunta.
É sempre bom recorrermos aos números para ilustrar melhor as informações e notícias, e quando falamos sobre a diminuição da ajuda ocidental à Ucrânia, parece às vezes mais um discurso Idiossincrático, ou torcida do que simplesmente a reprodução de fatos. Então vamos aos fatos. O fato concreto, objetivo e verificável é que A ajuda militar ainternacional à Ucrânia atingiu seu nível mais baixo desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022. E isso não é apenas uma opinião, são dados objetivos que corroboram isso. O alerta foi feito nesta quinta-feira (7) pelo instituto de pesquisa alemão Kiel Institute, que monitora a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e entregue ao país desde a invasão russa.
Como já cansamos de dizer aqui no canal, os Estados Unidos e a União Europeia têm financiado a maior parte do apoio militar, mas ultimamente, tanto um quanto o outro tem se tornado alvo de divergências políticas que dificultam a adoção de novos compromissos. Segundo o Instituto, “As promessas de ajuda atingiram seu nível mais baixo entre agosto e outubro de 2023 – uma queda de quase 90% em comparação com o mesmo período de 2022".
Para vocês terem uma ideia quanto a novos compromissos assumidos, entre o início de agosto e o final de outubro somam € 2,11 bilhões, que representa 87% de declínio em relação ao mesmo período no ano passado. Se consideramos períodos trimestrais, Este é o valor trimestral "mais baixo" desde o início da guerra.
Mas você acha que são só países que cooperam com a Ucrânia em sua resistência contra os russos, pois tanto o banco mundial quanto o FMI se juntam aos Estados aliados de Kiev. Esse grupo heterodoxo prometeram desde o início quase € 255 bilhões em ajuda, incluindo € 182 bilhões a curto prazo, valor que já foi entregue. O compromisso inclui € 141 bilhões em ajuda financeira, € 16 mil bilhões em ajuda humanitária e € 98 bilhões em ajuda militar.
Mas vejam o que vem acontecendo, se consideramos o período de agosto a outubro de 2023, dos 42 países doadores, que foram monitorados pelo instituto, "apenas 20 se comprometeram com novos pacotes de ajuda", e mesmo assim, os novos compromissos assumidos pela tanto pela União Europeia quanto pelos Estados Unidos foram considerados "limitados". Segundo o Instituto, "As perspectivas são incertas", já que a União Europeia ainda aguarda a aprovação do acordo pelo bloco e a ajuda dos EUA está diminuindo, e como sabemos, sofreu novo bloqueio essa semana no senado americano."
Nas palavras do chefe da equipe do Instituto Kiel, Christoph Trebesch, “Diante da incerteza sobre a manutenção do apoio financeiro dos EUA, a Ucrânia só pode esperar que a UE adote o seu pacote de € 50 bilhões de euros, anunciado há muito tempo. Um novo adiamento fortaleceria a posição do presidente russo Vladimir Putin.
O pacote, que consolidaria o apoio europeu à Ucrânia, está bloqueado porque alguns países se recusam a pagar mais. Já o novo pacote americano ao governo ucraniano está bloqueado no Congresso dos EUA pela relutância da ala republicana, influenciada também pela situação em Israel, que mobiliza recursos do governo americano.
“Observamos essa tendência de queda desde novembro de 2022, reitera Pietro Bomprezzi, pesquisador do Instituto Kiel ouvido pela RFI. “Dos 41 países doadores que acompanhamos na nossa base de dados, apenas metade deles assumiu novos compromissos de ajuda nos últimos três meses. Entre os países que se comprometem a manter o suporte estão a Alemanha e os países do norte da Europa”, afirma. Essa situação vem modulando o discurso de Zelensky, embora não deixe de investir na esperança de que possa encontrar algum apoio no lobby da área de defesa dos EUA. Nesse sentido, basta lembrarmos do vídeo de ontem quando contei pra vocês sobre a lista de equipamentos militares apresentados durante uma sessão fechada de uma conferência em Washington na quarta-feira, que contava com a presença de autoridades do governo e interessadíssimos executivos da indústria de defesa.
Essa guerra parece que ainda vai durar bastante, apesar de seus custos financeiros e vidas humanas.
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, poucos observadores imaginavam que a guerra ainda estaria em andamento hoje.
A invasão russa, surpreendentemente, não previu a resistência das forças ucranianas, nem a firme apoio que o país receberia da Europa e da América do Norte. Além disso, os russos negligenciaram as deficiências de seu próprio exército. E agora, ambos os lados se encontram entrincheirados, nos levando a ponderar: será que esta guerra persistirá por meses, talvez anos?"
"Mas por que essa guerra está se prolongando tanto? Na maioria das vezes, conflitos são breves, com duração média de três a quatro meses, isso se analisarmos a história dos conflitos nos últimos dois séculos. Afinal, a guerra é a pior forma de resolver diferenças políticas, e disso, acredito que ninguém em sã consciência tenha dúvida. E o normal é que à medida que os custos dos confrontos se tornam evidentes, os adversários acabam encontrando um ponto de consenso e assinam um acordo de paz, mais vantajoso para um ou para o outro lado, dependendo das condições que cada um estiver na guerra.
"No entanto, nem sempre as coisas são perfeitas assim, e algumas guerras desafiam essa lógica, persistindo por mais tempo. Posso citar três razões estratégicas para um acordo como esse não seja considerado possível: quando os líderes sentem que a derrota ameaça sua própria sobrevivência, quando não têm uma noção clara de sua força e da do inimigo, e quando temem que o adversário se fortaleça no futuro. No caso da guerra que estamos assistindo, acredito que essas três razões podem ser apontadas como responsáveis pela manutenção do conflito em andamento. Na Ucrânia, todas essas dinâmicas mantêm o conflito em andamento." A Ucrânia e seus apoiadores ocidentais alegam que uma vitória russa teria sérias consequências para a estabilidade do mundo, já houve quem afirmasse que uma vitória Rússia para a Europa representa um risco existencial. Do outro lado, o risco existencial já foi alegado por Putin, o que traz mais tensão para o conflito, uma vez que segundo o protocolo do país, o risco existencial seria um dos únicas razões que justificaria o uso do seu arsenal nuclear.
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